Cerco se fecha em torno do ex-prefeito Ernesto Roller

Em agosto foram duas operações desencadeadas pelo Ministério Público de Goiás/MP-GO e Polícia Civil em Formosa que atingiram o grupo do ex-prefeito Ernesto Roller, que administrou o município entre janeiro de 2017 e novembro de 2018.  Na primeira operação de agosto o objetivo foi cumprir dois mandados de busca e apreensão para apurar desvio ilegal de dinheiro angariado com a visitação ao Parque Municipal do Itiquira. Nessa ação os envolvidos foram o ex-assessor da secretaria de Finanças do município, Eliardo José Faria, que, segundo revelado pelas investigações, teria promovido o desvio de meio milhão de reais no período, junto com o então secretário de Finanças, Luís Gustavo Nunes Araújo, conhecido como “Guto Araújo”. Na segunda operação, autorizada pelo juiz da 1ª Vara de Crime Organizado e Lavagem de Capitais de Goiânia a operação realizada no dia 2 de setembro, teve o objetivo de desbaratar e responsabilizar a organização criminosa que segundo o MP, desviou da Prefeitura de Formosa entre os anos de 2017 e 2018, algo em torno de 15 milhões de reais.

ENVOLVIDOS – As investigações mostram que o esquema funcionou dentro das secretarias de Obras e de Finanças. Na operação os alvos foram os ex- secretários Jorge Saad Neto e de novo o “Guto Araújo”, além dos funcionários Tarlley Iamaro de Araújo, Diego Pereira de Sousa, Aline Aparecida da Silva, e os empresários Vanessa Maris Araújo Fernandes e André Luís Gontijo de Sousa, proprietários da empresa Multi X. O MP descobriu, por meio de quebras de sigilo e colaboração premiada de empresário do ramo da construção civil, que para a realização de obras por parte da empresa do colaborador era exigido o pagamento de 20% a 25% de propina aos envolvidos na organização criminosa, que contava com uma estrutura hierarquizada, divisão definida de tarefas e um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro por meio de compra, reforma e venda de imóveis residenciais e empresarial, além de cabeças de gado, e registros de propriedade em nome de “laranjas”. Segundo o promotor de Justiça, Douglas Chegury, autor das denúncias, as investigações continuam em andamento para identificar e responsabilizar mais envolvidos e recuperar o prejuízo ocasionado e chegar até o chefe da organização criminosa e principal favorecido com os desvios. Em caso de condenação pelos crimes a eles atribuídos, de organização criminosa, lavagem de dinheiro, fraude a licitação, falsidade ideológica e corrupção, estão sujeitos a penas superiores a 20 anos de cadeia.

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