Formosa tem oito candidatos a prefeito

Polarização entre Gustavo e Wenner se mantém depois das convenções e início de campanha

O número de candidatos a prefeito de Formosa nestas eleições, que em maio, durante a pré-campanha chegou a ser doze, caiu para oito, após as convenções em setembro. Para analistas políticos locais e do Estado, essa abundância de nomes, faz de Formosa um dos municípios do interior do Estado com a maior quantidade de candidatos a prefeito e vice-prefeito em Goiás. Mesmo com o número elevado de postulantes, o atual prefeito, Gustavo Marques, e o vereador, Wenner Patrick, continuam polarizando a disputa, com uma pequena diferença de votos entre eles. Com os dois oscilando para baixo e para cima, mas bem à frente dos demais.

GUSTAVO MARQUES / SAMIR SAHORI / PODEMOS

Gustavo Marques de Oliveira/Podemos, 33 anos, assumiu o cargo de prefeito no final de dezembro de 2018, logo após o então prefeito Ernesto Roller decidir renunciar e se mudar para Goiânia, onde assumiu um cargo no Governo do Estado. O então vice-prefeito havia sido demitido por Ernesto do cargo de secretário municipal de Assuntos Econômicos, Agricultura, Turismo e Meio Ambiente, por conta de um rumoroso caso que tomou conta das redes sociais, sobre um suposto vídeo, que supostamente mostrava membros da administração de Ernesto recebendo “propina” de um empresário do ramo de material de construção. Gustavo foi pego de surpresa duas vezes em 2018, primeiro quando foi exonerado pelo prefeito e depois quando recebeu a notícia de que assumiria a prefeitura. O atual prefeito tem ainda contra ele o fato de ter mantido toda a estrutura administrativa deixada por Ernesto na prefeitura e de alimentar o mesmo grupo político do ex-prefeito. Ao longo de quase dois anos a interferência de Ernesto na administração de Gustavo foi uma realidade, seja por meio de sugestões, indicações diretas ou recados transmitidos pelo secretário de Ernesto, Renato Borges de Farias. O grande empecilho para que Gustavo Marques se projetasse e conquistasse sua independência política, é o fato de que a presença nos bastidores de Roller na prefeitura de Formosa ainda é muito grande. A escolha do candidato a vice na chapa do Podemos, Samir Issan Issa de Almeida Sahori/PSC, 32 anos, passou pela articulação do ex-prefeito, com a interferência e articulação do vereador Jurandir de Oliveira, membro da Igreja Assembleia de Deus Madureira, que comanda em Goiás o Partido Social Cristão/PSC. Gustavo conseguiu a união do maior número de partidos nessa eleição, formando a coligação “Trabalhando Podemos Mais” com Podemos, PSC, Pros, PTB, DEM, DC e Patriotas.

CHAPA COM PROBLEMAS.

WENNER PATRICK/ MAURÍCIO FALEIRO/ AVANTE

Eleito vereador em 2012 e reeleito em 2016,

Wenner Patrick de Sousa/Avante, 42 anos, foi candidato a deputado federal em 2018, conquistando 10.764 votos. Professor, graduado no Curso de Letras, Wenner foi um dos investigados pelo Ministério Público no caso da Cooperativa Recicla Formosa, sendo inocentado, por ter ficado provado que não houve crime da sua parte. Nesta operação – Treblinka- viraram réus na ação criminal os ex-prefeitos, Pedro Ivo e Itamar Barreto, bem como os ex-secretários, Abílio Siqueira, Eduardo de Paiva e Gilmar Francisco. O vereador de oposição a Ernesto e Gustavo e candidato a prefeito, mesmo sendo alvo de inúmeras informações falsas e ataques, se mantém polarizado à frente com o atual prefeito e conseguiu o apoio de importantes lideranças, como a do vice governador do Distrito Federal, Paco Britto. Convidado para compor a chapa majoritária como candidato a vice-prefeito o ex-vereador Maurício Faleiro/Republicanos, 43 anos, brasiliense, tem um histórico político importante no município, onde já exerceu o cargo de secretário de agricultura, com atuação na zona rural. De família tradicionalmente política, Maurício agregou força ao projeto.  Os dois formam a coligação “Um Novo Caminho para Formosa, com os partidos Avante, Republicanos, PV, Cidadania e PSB.

CHAPA FICHA LIMPA.

PAULO ROBERTO/ITAMAR BARRETO/PP

O ex-chefe de gabinete de Ernesto Roller na secretária de Segurança Pública do Estado, Paulo Roberto de Araújo/PP, 63 anos, já exerceu o cargo de vereador e chegou a renunciar ao mandato para atender Ernesto em Goiânia. Sem muita expressão política o candidato a prefeito assume sua candidatura a pedido do deputado estadual “Tião Caroço” que mesmo depois de ter assumido compromisso de apoiar o empresário Brasil Junior, recuou e resolveu lançar Paulo. Ao lado dele na chapa o ex-prefeito Itamar Sebastiao Barreto/PSD, 75 anos, que no final de 2016, diante de uma baixíssima aceitação popular e envolto a um grande número de denúncias e suspeitas de corrupção em sua administração, não conseguiu se viabilizar para a reeleição, recuando e apoiando seu então secretário de Saúde, Rodrigo Lacerda, que acabou perdendo a eleição daquele ano por uma diferença de 39 mil votos. Rodrigo, hoje está na lista dos “fichas sujas” do Tribunal de Contas dos Municípios goianos. Paulo e Itamar são considerados por analistas políticos da região, como a representação de uma estrutura política formosense que vem há mais de duas décadas administrando o município e contribuindo a cada ano com o seu empobrecimento e falta de estrutura para a população. Apesar disso os dois formaram a coligação “Vamos Reconstruir Formosa”, com os partidos PP/PSD e PSDB.

CHAPA COM PROBLEMAS.

HERNANY BUENO/ CACILDO RAMOS/ SD

O caso de Hernany Bueno de Araújo/Solidariedade, 43 anos, é mais complicado. Sargento da Policia Militar de Goiás, se especializou em exercer funções burocráticas em ministérios e autarquias, longe das ruas em contato com a segurança pública. Desconhecido no meio político, em 2018 resolveu se candidatar a deputado estadual com apoio e recursos financeiros do deputado federal Lucas Vergílio, conseguindo nas urnas 10.358 votos. O problema de Hernany é que ele, na sua prestação de contas para a Justiça Eleitoral, não conseguiu apresentar explicações para gastos injustificáveis durante a campanha, com cheques e despesas consideradas suspeitas, resultando na desaprovação por motivos graves e insanáveis de suas contas tanto no Tribunal Regional Eleitoral em Goiânia, como no Tribunal Superior Eleitoral em Brasília, culminado em pedidos de impugnação de seu registro de candidatura na Justiça Eleitoral da 11º Zona. Hernany se aliou a Cacildo Gonçalves Ramos/PSL, 62 anos, paulista, que além de ter sido o primeiro a se lançar pré-candidato, ainda em 2019, também foi o primeiro a desistir de uma candidatura a prefeito.  Ramos que foi candidato na chapa de Itamar Barreto, como vice de Rodrigo Lacerda em 2016 é o venerável (chefe) da maior loja maçônica de Formosa e se viu envolvido em um escândalo, quando a Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da entidade, por conta da venda de um terreno pertencente a maçonaria e que segundo os ministérios públicos Federal e Estadual, teria sido comprado com dinheiro originado em esquema de corrupção. Ramos teve que receber a PF e entregar todos os documentos contábeis da maçonaria, além de continuar figurando no rol de investigados da polícia. Os dois formam a coligação “Renova Formosa”, com os partidos Solidariedade e PSL.

CHAPA COM PROBLEMAS.

JORGE ANTONINI/ ARIANA LOPES/PT

O partido de Lula em Formosa, lançou Jorge César dos Anjos Antonini/PT, 68 anos, gaúcho, filiado histórico, sem coligação e numa composição apenas em torno de seu filiados. Jorge é marido de Ione Antonini, ex-secretária de Educação de Formosa no mandato do ex-prefeito Pedro Ivo, e hoje está inclusa na lista dos “fichas sujas” do Tribunal de Contas dos Municípios goianos. O petista, representa uma quantidade de votos já conhecidos no município, em torno de 1000 eleitores. Por ser candidato do partido com o maior desgaste do cenário nacional, Jorge sofre não pelo fato de ser candidato, mas sim por conta do histórico partidário de sua sigla nos últimos anos e seu envolvimento em intermináveis escândalos de corrupção. Sua vice, Ariana Lopes Santos Silva/PT, 36 anos, advogada é uma desconhecida no meio político e popular de Formosa. Ela é uma das faces mais novas dessa campanha.

CHAPA FICHA LIMPA.

HELI DOURADO/ CASSIA ANTÔNIA/MDB

O ex-deputado estadual e ex-vice-prefeito de Formosa, Heli Lopes Dourado/MDB, 65 anos, mineiro, foi o que mais tentou e não conseguiu uma aliança em torno de seu projeto de ser prefeito. Considerado um dos políticos que representam o passado de Formosa, Heli, nos últimos anos, se envolveu em investigações e denúncias do Ministério Público Federal e Polícia Federal em operações como “O Recebedor” e “Trilho 5x”, relacionadas ao esquema de corrupção montado no âmbito da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias. O candidato apresentou à Justiça Eleitoral no ato da solicitação do registro de candidatura o maior patrimônio entre os oito candidatos. Heli foi o único candidato que escolheu sua vice, depois de realizada a convenção de seu partido. Cassia Antônia da Silva/MDB, 35 anos, representante de uma ex-invasão de terra, hoje assentamento rural do município, foi a opção caseira do candidato para formar a coligação “Com a Força do Povo”, entre MDB e PTC.

CHAPA COM PROBLEMAS.

CÍCERO JACINTO/ ANTÔNIO CLEISSON/PRTB

Cícero Alves Jacinto/PRTB, 52 anos, cearense. Dos candidatos a prefeito é o que menos conhece o município que quer administrar. Morador de Formosa há cerca de 15 anos, ele é militar, capitão reformado do Exército e se auto intitula um administrador profissional. Cícero, desde o início da pré-campanha destaca que a intenção em participar da eleição, é fazer o seu partido ficar conhecido. Com pouco trato político ele segue a linha militar de falar pouco. Seu candidato a vice-prefeito, Antônio Cleisson da Silva/PRTB, 33 anos, pernambucano e também militar do Exército. Ele também conhece muito pouco a realidade e a história de Formosa e segundo informações, aceitou compor a chapa com Cícero, por conta da lealdade e amizade construída dentro dos quarteis. 

CHAPA FICHA LIMPA.

NATANAEL CAETANO/CECÍLIO CARVALHO/PDT

O ex-vereador, Natanael Caetano do Nascimento/ PDT, 48 anos, que exerceu um mandato entre 2013 e 2016, não conseguiu se reeleger. Apesar de ser considerado um parlamentar barulhento, que subia em carros de som, acusando quase toda a classe política local e parte da imprensa de participação em esquemas de corrupção, acabou não conseguindo provar nada e caindo em descrédito. Dirigentes estaduais e regionais do seu partido, tentaram até o último momento, antes de sua convenção, fazê-lo desistir da candidatura, mas sem êxito. Membro da Polícia Militar de Goiás, Caetano enfrenta uma campanha difícil, sem recursos e estrutura. Para compor a sua chapa como candidato a vice-prefeito, escolheu o policial civil, Cecílio Carvalho Basso/PDT, 45 anos, paulista e sem nenhuma bagagem política. Os dois também formam nessas eleições uma chapa pura. 

CHAPA FICHA LIMPA.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *