ENTREVISTA COM O EMPRESÁRIO SÉRGIO RODOLFO WELKER

Tribuna News – Sérgio, na sua avaliação, qual a realidade do município de Formosa com relação a outros do mesmo porte?

SÉRGIO – Entendo que Formosa tem uma população de cidade média/grande, porém uma arrecadação muito pequena pelo tamanho de sua população. Municípios que têm o FPM (Fundo de Participação dos Municípios) como maior receita, é uma prova inequívoca que sua arrecadação global é baixa. Portanto, o desafio para administrar esse município é muito grande, exige austeridade, honestidade, criatividade e inteligência nos gastos e investimentos.

Tribuna News – A classe empresarial e comercial local, consegue desenvolver e atingir metas planejadas para gerar emprego e renda?

SÉRGIO – Entendo que mesmo que tenhamos empresários locais e até mesmo empresários de fora da nossa região querendo investir, temos muitas variáveis que são limitadoras e inibidoras de grandes investimentos. Para começar, nem energia elétrica suficiente temos. Hoje temos em Formosa grandes empresas que têm que complementar sua energia com geradores diesel. Isso inviabiliza qualquer investimento. Estamos em um país que até poucos meses atrás, os governantes e políticos aplaudiam e eram simpáticos aos desastrados países comunistas. Então pergunto: Quem vai colocar o seu capital em um país que tem vontade de ser comunista? Seria a mesma coisa recomendarmos investimentos na Venezuela, Cuba, Nicarágua, Irã, Coreia do Norte. Alguém se candidata a investir em um país quebrado e comunista? Precisamos de leis e regras claras que deem segurança jurídica para os investidores. Somente o investidor/empregador que pode gerar empregos, produtos e impostos, pois a falta desse emprego é hoje nosso maior problema.

Tribuna News – Qual a avalição que o senhor faz sobre a relação entre o Poder Público formosense e o setor privado?

SÉRGIO – O poder público municipal quebrado do jeito que está, não tem nenhuma condição estrutural e muito menos financeira para ajudar ou fomentar a iniciativa privada. Creio que em muitos momentos o município gastou muito mais do que arrecadou, ainda pior porque gastou mal, gastou em despesas obrigatórias, máquina pública altamente inchada, pesada, pouco operante. Hoje a conta (fatura) chegou para todos os formosenses e ela deverá ser paga. Nem irei entrar no mérito das desonestidades que possam ter acontecido nas gestões administrativas.

Tribuna News – Quais são hoje as dificuldades enfrentadas pela classe empresarial em Formosa?

SÉRGIO – Quanto aos empresários de Formosa que vendem seus produtos para este município, um dos grandes problemas é o baixo poder aquisitivo de seu povo. O poder público municipal está totalmente desestruturado e, com isso, não tem nenhuma condição de fazer ações para induzir o crescimento e desenvolvimento de nosso município.

Tribuna News – Na sua opinião, quais seriam as medidas que a administração pública deveria tomar e que ainda não fazem parte do dia-a-dia da população?

SÉRGIO – Infelizmente no Brasil, ainda temos a ESTABILIDADE DE EMPREGO para os servidores públicos. Todas as maiores nações do mundo já extinguiram a estabilidade de emprego aos servidores públicos, caso contrário, iriam quebrar como está o nosso Brasil, nossos estados e municípios. Para exemplificar, nos Estados Unidos, mesmo sendo 50% maior que o Brasil em população eles possuem apenas 1/3 dos funcionários públicos que se tem no Brasil. Portanto, um funcionário público americano trabalha por 05 brasileiros. Então, o Brasil mexe nesta lei ou estaremos a caminho da inviabilidade total.

Tribuna News – Quanto aos representantes de Formosa no cenário estadual e federal. Qual a sua opinião?

SÉRGIO – Diante de tudo que mencionei, os representantes estão um pouco de mãos amarradas, pois o Estado não tem mais dinheiro. Inclusive deve a folha de dezembro 2018. A União Federal está no quarto ano consecutivo deficitária, ou seja, gasta mais do que arrecada. Nossa solução inquestionavelmente é diminuir drasticamente os gastos com a máquina pública (União, estados e municípios), criar um macro projeto de privatizações. O agente público tem que cuidar apenas e tão somente da SAÚDE, EDUCAÇÃO e SEGURANÇA. Mesmo assim, nestas 03 pastas tem muita coisa que pode ser atendida pela iniciativa privada. Quanto menos empresas públicas e menos mãos de governos, menos lugares para desviarem verbas do povo.

Tribuna News – Para o senhor. Qual seria o perfil de um prefeito, que pudesse colocar a cidade e o município de Formosa em um outro patamar de desenvolvimento?

SÉRGIO – Acho que o futuro prefeito tem que ter uma visão empresarial, administrar com austeridade, cortar tudo que for desperdícios, cobrar mais rendimentos do funcionalismo público. Honestidade não é mérito, é obrigação. Ter competência para administrar e para fazer boas parcerias com o Governo Federal, pois estamos ao lado. É preciso tentar cobrar o Estado para que nos forneça energia elétrica suficiente para tentar atrair novas e boas empresas para o município. O nosso município geograficamente está no centro do país, facilitando a logística de produção e distribuição para todo o Brasil. Também, estamos ao lado do poder federal, centro do poder político e administrativo do país. Qual grande empresário não gosta de ter essas variáveis favoráveis? Observação: As reformas terão que ser feitas nas três esferas. Quanto mais demorar, maior será as penas para o povo.

Vejam o que disse Marco Túlio Cícero, Senador romano, no ano 55 antes de Cristo:

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